sexta-feira, 27 de abril de 2012

Educar com limites, quanto mais cedo melhor

Os jovens de hoje são piores que os do passado. Uma constatação do senso comum, vulgarizada em conversas de circunstância, e confirmada pelo psicólogo espanhol Angel Peralbo. Os adolescentes atuais são “indomáveis”, fruto da falta de limites, da ausência de regras e de educação. Mas há tempo para corrigir a rota, assegura o autor do livro "O adolescente indomável", editado pela Esfera dos Livros.

Os adolescentes de hoje são mesmo indomáveis?

Na adolescência há uma série de mudanças que fazem com que seja uma fase conflituosa e conturbada. Nos últimos anos, assistiu-se a um relaxamento dos limites, das normas e da disciplina dos pais em relação aos filhos. Quando são pequenos é preciso controlo e limites para que mais tarde desenvolvam autocontrolo. Quanto mais cedo se impuserem estes limites, melhor. Mas é possível limitar um adolescente, mesmo um que tenha crescido sem limites.

Quais as principais diferenças entre os adolescentes atuais e os anteriores?
As crianças crescem com a sensação de que podem ter tudo, já, de imediato. E isto já é suficiente para marcar as diferenças: os adolescentes atuais são mais intransigentes e mais irresponsáveis. Não estão habituados a que as suas ações tenham consequências. Por isso é que a adolescência é a altura ideal para mudar e para impor regras, limites e para uma responsabilização que, não tarda, chegará necessariamente na idade adulta. A adolescência não é uma fase necessariamente má, é uma outra oportunidade.


Os pais lidam também hoje de forma muito diferente com a adolescência...
É em casa que os jovens devem aprender responsabilidade. E não lhes estamos a fazer um favor, pelo contrário, estamos a prepará-los para o que se seguirá. Os pais estão muito debilitados para executarem esta tarefa. Relaxaram muito, pensando talvez que as coisas se fizessem sozinhas. Vivem culpabilizados pelo pouco tempo que têm para os filhos.

Tipifica uma série de comportamentos adolescentes, focos de tensão entre pais e filhos... Há problemas comuns a todas as famílias?
No livro, abordo os problemas mais representativos e aqueles que os pais foram contando com maior prevalência. Tem um foco muito prático e mostra que qualquer pré-adolescente pode ser indomável, mas que há estratégias para ultrapassar esta etapa de turbulência.

Não é triste os pais precisarem de um guia para educarem as suas crianças?
Não, o que é triste é o desespero, o fracasso e a culpa que sentem. E é uma sorte poderem descobrir que existem ferramentas para ultrapassar as dificuldades e para lidar com os problemas. Há pais que vivem com muita vergonha pelos problemas que enfrentam em casa, que se sentem mal e fracassados. As ‘escolas de pais’ são essenciais

Que pistas acha importante deixar?
Que a adolescência é uma oportunidade para se fazer melhor e para tentar aplicar estratégias importantes para o presente, mas também para o futuro. Que é essencial a firmeza e a segurança na tomada das decisões e estar muito próximo dos jovens. A afetividade tem de ser a base.

Fonte: JN de Notícias | Blog Em letra míuda | de Maria Cláudia Monteiro 
Link: http://www.jn.pt/blogs/emletramiuda/archive/2012/04/20/educar-com-limites-quanto-mais-cedo-melhor.aspx

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