Como o cérebro funciona durante a aprendizagem
Muitos fatores no cérebro não foram bem compreendidos, entre os
neurocientistas, mais sabemos que o cérebro possui uma plasticidade
incrível, isso é, sofre alterações a todo o momento. Essas alterações se
dao no momento em que o cérebro é estimulado, modificando a sua
anatomia.
Segundo Paola Gentile (2005,p.54) o cérebro possui bilhões de
neurônios, e cada neurônio pode ter até 100 mil contatos, essa áreas de
contato entre neurônios através de partículas de sódio, potássio, cálcio
e cloreto é conhecida como área sinaptica onde ocorre a sinapse, isto é
local onde ocorre ligações entre neurônios através de impulsos nervoso
ou eletroquímico chamado de potenciais de ação.
Esse e uma relatório que
a autora faz com ralação a nossa comunicação interna, que se da através
de neurônios uma vez excitados por estímulos.
Sabe-se hoje que o cérebro armazena fatos separadamente, entre
neurônios, e que a aprendizagem se dar quando associados através das
sinapses, essa associação ocorre quando novos estímulos provenientes do
meio através dos sentidos, são propagados, daí a importância do educador
saber como proporcionar esses estímulos.
Emoção e aprendizagem
Sabemos que a memorização é facilitada quando em eventos emotivos,
pois, ativa o sistema límbico. Mas de que forma isso ocorre? Liberando
neurotransmissores, fazendo com que os circuitos cerebrais ficam mais
rápido, facilitando a armazenagem de informações e o resgate das que
estão guardadas.
Segundo Dharma Singh (1998) as memórias são transportadas para o armazenamento permanente pelo sistema límbico de duas formas:
Quando o sistema límbico emocional torna-se excitado ou estimulado em
relação a um acontecimento ou fato. Isso faz com que produzimos
neurotransmissor excitador catecolamina, assim como a noradrenalina, que
grava fortemente as memórias no cérebro. A noradrenalina não só atua
como um neurotransmissor como também faz com que o organismo mande um
suprimento extra de oxigênio e glicose para o cérebro, ajudando-o
sedimentar a memória.
Outra forma de mandar mensagem para um armazenamento permanente é
repetindo-as para si mesmo. Mesmo os estímulos mais tediosos podem ser
memorizados através da repetição.
Portanto, ao se ter um acontecimento sobre algo, devemos saber em
qual forma esta sendo o mesmo, se e por lembranças e sendo assim uma
forte emoção, ou por ser no presente, com movimentos ou conceitos, no
qual veremos a seguir detalhadamente. No tocante a repetição, ler ou
praticar algo por varias vezes, conseguimos aprender o objetivo
proposto, porem para facilitarmos a aprendizagem devemos trabalhar com
fatores emotivos, como por exemplo, musica, teatro, charada dentro
outros relacionados ao conteúdo proposto.
Motivação e aprendizagem
Em aulas diversas já foi observada a dificuldade de assimilação por
parte de alguns alunos, onde por falta de interesse ou até mesmo de
motivação ficam limitados a condicionamentos que inibem e até mesmo
excluem-nos por questões de gênero, raça ou até mesmo dificuldades
motoras.
Então o que fazer? Sabemos que a motivação é interna e que cabe ao
professor estimular para que de livre espontânea vontade, digo, por
interesse próprio participem, pois, quando praticando qualquer atividade
com satisfação, prazer, temos a liberação de glutamato que através das
sinapses glutamergicas acessa uma rede inteira de neurônios pegando as
partículas de memórias juntando as e promovendo a aprendizagem. Segundo
Robert M. Sapolsky (1984) as sinapses glutamergicas tem duas
propriedades essenciais para a memória:
Primeiro, sua função e não linear. Numa sinapse comum, um pouco de
neurotransmissor do primeiro neurônio faz com que o segundo fica um
pouco excitado; se um pouquinho de neurotransmissor ficar disponível, um
pouquinho mais de excitação ocorre, e assim por diante.
Nas sinapses glutamergicas, certa quantidade de glutamato e liberada,
e nada acontece. Mas, quando determinado limiar e ultrapassado, abrem
se as comportas do segundo neurônios, e que segue e uma onda maciça de
excitação. E essa onda que se torna essencial para o aprendizado.
A Segunda característica e ainda mais importante. Nas condições
adequadas, quando uma sinapses tem uma quantidade suficiente de
experiência superexcitatorias causadas pelo glutamato, ela se torna mais
excitavel permanentemente. Essa sinapse acabou de aprender algo, ou
seja foi potencializada ou fortalecida. Daí em diante, basta um sinal
mais sutil para recordar uma memória.
Memorização e a Aprendizagem
No tangente a memorização, aprendizagem/desenvolvimento intelectual,
não podemos deixar de falar sobre Piaget, que contribuiu e contribui até
hoje para a educação, servindo de base para muitos autores.
Citada pela autora Ana Merces Bock(1999,p.127) Piaget diz que o homem
é dotado de estruturas biológicas, que herda uma forma de funcionamento
intelectual, ou seja, uma maneira de interagir com o ambiente que o
leva à construção de um conjunto de significados, que em cada estágio de
acordo com sua teoria, a criança tem formas diferentes de interação com
o meio.
Com toda essa evolução de suas idéias, utilizando o modelo biológico,
para a continuação das mesmas, destaca-se a organização, mecanismo que
permite ao homem ter condutas eficientes para atender às suas
necessidades, isto é, a sua demanda de adaptação.
A adaptação- que envolve a assimilação e a acomodação numa relação indissociável - é o mecanismo que permite ao homem não só transformar os elementos assimilados, tornando-os parte da estrutura do organismo, como possibilitar o ajuste e a acomodação deste organismo aos elementos incorporados. (BOCK A.M.B., FURTADO O. & TEIXEIRA M. de LOURDES 2001,p.127)
A adaptação- que envolve a assimilação e a acomodação numa relação indissociável - é o mecanismo que permite ao homem não só transformar os elementos assimilados, tornando-os parte da estrutura do organismo, como possibilitar o ajuste e a acomodação deste organismo aos elementos incorporados. (BOCK A.M.B., FURTADO O. & TEIXEIRA M. de LOURDES 2001,p.127)
O desenvolvimento intelectual resulta da construção de um equilíbrio
progressivo entre assimilação e acomodação, o que propicia o
aparecimento de novas estruturas motoras. Com todo esse processo
descrito, não basta dar estímulos aos alunos, crianças e até mesmo
adultos, temos que saber como fazer acontecer todo esse caminho de forma
suave e tranqüila, que todos sem exceção, aprendam de formas
diferentes. Mas, como isso ocorre?
Temos que criar harmonia (comunicação) com os alunos, conversando na
mesma língua deles, a língua que eles entendam. Essa é a forma em que os
mesmo interiorizam (interpretam), codificam as mensagens provindas do
meio.
Baseada na citação de Antotny Robbins todos nós temos qualidades
diferentes de como interpretar os estímulos, que são de três formas a se
conhecer: visuais , auditivas e cinestésicas. São as qualidades
interiores que as pessoas têm , de apresentarem maior facilidades para
aprender quando estimuladas sobre uma dessas formas citadas acima.
As pessoas visuais têm maior facilidade de aprenderem vendo a cena
(estática), pode ser um conceito sobre algo ou uma foto sobre
determinado assunto.
As pessoas auditivas têm maior facilidade de aprenderem escutando sobre o assunto, tem facilidades de memorização de sons.
Por fim as cinestésicas, que são as pessoas que apresentam
facilidades de aprenderem vendo os movimentos sobre o assunto. Pode até
criar uma sintonia com o comunicador através de movimentos do mesmo.
Essas pessoas prestam bastante atenção nos movimentos dos outros.
Com todas essas qualidades citadas, as pessoas involuntariamente se
expressão através das palavras que mais lhe identificam, cinestésicas,
auditivas e visuais, com palavras predicadas. Sentir, pegar, em relação a
cinestesia (tato), visualizar, estar claro, em relação aos visuais,
escutar, ouvir, em relação ao auditivos, dentre muitos outros
predicados. Ex. "professor eu não consegui pegar o assunto"
(cinestésico), "professor eu não consegui escutar direito o conteúdo"
(auditivos) e "professor eu não consegui visualizar o que o senhor
falou" (visuais). Portanto cabe aos professores identificarem os tipos
de alunos e ministrar as aulas de formas diferentes atingindo a todos..
É valido ressaltar que a forma de memorização mais douradora é a
cinestesica onde a Educação Física Escolar atua com maior exatidão.
Podemos observar que se aprendemos por associação, devemos estimular
ao máximo as três formas de memorização afim, de otimizar posteriormente
a aprendizagem.
Estimulo memória e aprendizagem
Vimos que o cérebro é uma entidade que esta em constante interação
com o meio através de estímulos que vem a facilitar ou dificultar a
memorização.O cérebro está sempre querendo fazer conexões entre as
memórias novas e as já existentes, trata-se de um sistema biológico
aberto e flexível, que cresce e transforma a si próprio em resposta a
desafios e que encolhe na falta de uso. Então não existe dois cérebros
iguais, pois, uma vez que a aprendizagem modifica-o quanto mais uma
pessoa aprende, mais diferenciado torna-se o cérebro.
Sendo o cérebro uma entidade biológica com uma fenomenal
plasticidade, devemos estimular os alunos a desenvolver o poder de
memorização através de plano de aula que venha atender as necessidades,
quanto ao armazenamento de informações (experiência) para quando
associadas possibilitar a aprendizagem sempre respeitando a maturação e
dificuldades do individuo.
Bibliografia
- Bock A. M. Bahia, Furtado O. & Teixeira M. De L. Trassi. Psicologias, uma introdução ao estudo de psicologia. Editora Saraiva 13ºed, 2001.
- Falcao G. Marinho. Psicologia da Aprendizagem. Editora Atica 10ºed, 2001.
- Robbins Anthony. Poder sem limites. Editora Best Seller 3ºed, 2004.
- Carrara, Kester, Introducão a psicologia da educação, São Paulo: Avercamp, 2004.
- Gardner, Howard, Inteligência um conceito reformulado, Objetiva, 2002.
- Rego, Tereza Cristina, Vygotsky uma perspectiva histórico cultural da educação, Petrópolis: Editora Vozes, 2001.
- Khalsa, Dharma Singh, Longevidade do cérebro, Rio de Janeiro, Objetiva, 1997.
- Vigotski, L.S., Pensamento e Linguagem, São Paulo: Editora Martim Fontes, 2003.
Fonte: CEV - Centro Esportivo Virtual | por Celio de Almeida Garcia Junior e Wagner Santos Pinheiro
Link: http://cev.org.br/biblioteca/fatores-cerebro-que-contribuem-aprendizagem/
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