quinta-feira, 26 de abril de 2012

Dificuldades de aprendizagem podem afetar a autoestima

Crianças e jovens que vão mal nos estudos ficam desmotivadas e se sentem inferiorizadas. Mas os pais podem ajudá-las a superar este momento difícil

Autoras da coleção Faça Seu Mundo Melhor, a jornalista Roberta de Oliveira Ribeiro e a psicóloga Ruth Helena Oliveira de Souza sabem que é comum crianças e jovens com problemas de aprendizagem. Mais do que notas vermelhas nos boletins, estes alunos acabam muitas vezes com problemas de autoestima, se sentem menos inteligentes e desmotivados para frequentar a escola.
Como motivar essas crianças? 

No livro “Faça Seu Mundo Melhor”, escrito pelas duas, há informações e dicas que os auxiliam a romper com esse círculo vicioso de desmotivação e baixo desempenho, levando-as a acreditar no seu potencial. Algumas cartas que acompanham o livro podem ser utilizadas nesse momento, como, Eu Sou Inteligente e Aprendo Tudo com Facilidade, e Tudo o Que eu Faço Dá Certo. Ao repetir as afirmações e fazer as imaginações referentes a essas cartas, as crianças começam a acreditar que podem ter desempenho melhor e isso influencia, inclusive, em sua autoestima. A seguir, Ruth e Roberta dão dicas de como os pais podem auxiliar os filhos nessas circunstâncias e orientam quando é hora de buscar ajuda profissional:

Muitas vezes a dificuldade de aprendizagem é confundida com falta de atenção e criança bagunceira. A dificuldade de aprendizagem é um distúrbio?

Roberta de Oliveira Ribeiro: “Nem sempre a dificuldade em aprender é um distúrbio de aprendizagem.  Deve-se considerar que, por exemplo, há dificuldades que são mentais e/ou neurológicas e que há dificuldades que são emocionais, não havendo comprometimento mental e neurológico”.  Ruth Helena Oliveira de Souza: “É importante que os pais procurem um psicólogo para que seja feito o diagnóstico diferencial no sentido de se detectar a existência ou não de um distúrbio de aprendizagem e qual ele é. Assim, é possível fazer a indicação de acompanhamento necessário e a melhor estratégia para lidar com a questão da criança”.
 
A criança com dificuldade de aprendizagem pode apresentar alguns sintomas desde cedo, como demora para começar a falar, por exemplo?

 Roberta de Oliveira Ribeiro: “A aparição de sintomas é relativa. Demorar a falar não é, necessariamente, um sinal de que haja um distúrbio de aprendizagem. As crianças têm características próprias e se desenvolvem no seu próprio ritmo”. Ruth Helena Oliveira de Souza: “Há aquelas que desenvolvem, por exemplo, a fala, o andar ou a coordenação motora mais rapidamente. Isso necessariamente não significa que aquelas que não desenvolvem essas habilidades tão cedo quanto os pais ou professores esperam têm distúrbios”. Roberta de Oliveira Ribeiro: “Apenas um profissional qualificado é capaz de detectar com exatidão a existência ou não de qualquer distúrbio”.

De que maneira os pais podem ficar atentos ao desenvolvimento da criança para perceber se ela está com dificuldades de aprendizado?

Roberta de Oliveira Ribeiro: “Os pais devem ter uma postura amorosa e de aceitação para com a sua criança, respeitando o ritmo e o jeito de ser de cada um, que é único. Eles devem evitar a comparação com as crianças próximas e consigo mesmos, quando tinham a idade do filho”.  Ruth Helena Oliveira de Souza: “É importante que os adultos que cercam a criança, pais, avós, tios, professores, babás observem amorosamente as crianças. Com relação aos pais é fundamental que não idealizem os filhos de acordo com seus modelos e expectativas”.

Cada criança tem seu ritmo. Como não confundir o desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender?

Ruth Helena Oliveira de Souza: “É certo que cada criança tem o seu ritmo, assim como os adultos. Existem diferenças que devem ser entendidas e respeitadas em cada pessoa. As dificuldades de aprendizagem acarretam insegurança, angústia, ansiedade, sentimento de incapacidade. Pais, avós, parentes próximos pelo envolvimento emocional que têm com a criança, em geral, não têm clareza e distanciamento emocional para uma análise precisa sobre a existência ou não de um distúrbio.
 
E como os pais podem ajudar o filho quando ele tem dificuldade,  já que o problema pode afetar a autoestima desta criança?

Roberta de Oliveira Ribeiro: “O mais importante é não comparar, não cobrar, não criticar a criança. Os pais precisam entender que em algumas situações é necessária a ajuda de um profissional especializado. Está tudo bem em fazê-lo. O acompanhamento psicológico, seja por causa de distúrbios de aprendizagem, seja por questões emocionais, ainda é visto com certo preconceito por algumas pessoas, porém é essencial para ajudar a criança a melhorar a autoestima e a autoconfiança.
Ruth Helena Oliveira de Souza: “A busca da ajuda de um profissional especializado, que vai diagnosticar o que acontece com a criança com isenção, fazendo um diagnóstico diferencial e indicando tratamento específico, levará a criança a desenvolver o seu potencial, fazendo-a superar tudo aquilo que impede o seu pleno desenvolvimento”.

Por Lia Lehr | Fonte: http://www.chrisflores.net/educacao/4/materia/1648/dificuldades-de-aprendizagem-podem-afetar-a-autoestima.html

2 comentários:

Joyce Boer disse...

Os pais tem papel fundamental para auxiliar a melhorar a autoestima de seus filhos. Por isso a importância de valorizar cada atitude positiva, cada progresso deles.
O incentivo é uma válvula propulsora para o desenvolvimento do ser humano!

Danusa Cunha disse...

Eu acredito que a dificuldade de aprendizagem pode afetar não só a autoestima, mas como também o relacionamento interpessoal e a criatividade. Por isso o melhor remédio é a prevenção!

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