Eles mal sabem falar, mas já têm conta no Orkut e no Facebook controlada pelos pais. Até que ponto isto é saudável?
No
Brasil, 86% dos usuários ativos de internet usam algum tipo de rede
social e passam cerca de 5 horas diárias navegando por elas. Não é
surpresa encontrar, neste meio, pais e mães que vão além da busca por
conselhos para a difícil tarefa de criar e educar uma criança. Muitos
querem, simplesmente, contar as histórias de seus filhos ou mostrá-los
para o mundo – como as mães que, no mundo real, carregam orgulhosas uma
foto da cria na carteira.
A
idade mínima de 18 anos exigida para o cadastro em redes sociais não
impediu o boom de perfis de bebês na rede. Eles não sabem sequer falar.
Mas, por obra dos pais, já “postam” detalhes de sua rotina em blogs,
fazem declarações de amor para a família pelo Orkut e Facebook e
conversam com amiguinhos da mesma geração pelo Twitter. Comunidades como
a “Sou um bebê muito lindo!”, do Orkut, com cerca de 2750 usuários – a
maioria com menos de um ano –, provam que os novos pais buscam
maneiras de registrar e dividir a vida de seus filhos com quem quiser
ver. Mas isso é saudável?
A entrada precoce nos meios virtuais
pode significar a exposição do bebê a um universo absolutamente adulto –
e, em alguns casos, até perigoso. Para a psicóloga Luciana Ruffo,
membro do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUC-SP, é
preciso entender os limites entre a brincadeira e a superexposição. “O
que você contaria sobre seu filho para uma pessoa na rua? Com certeza
não seria tudo. Na internet é a mesma coisa: precisa compreender este
limite, porque uma vez publicada a informação ficará lá para todo o
sempre”, afirma a psicóloga.
Fonte: Portal iG | Delas | Filhos | Ana Carolina Addario, especial para o iG São Paulo | 05/04/2011 16:51
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